Esta carta está voltando pro blog porque aprendi com Vinícius de Moraes, no Para uma menina com uma flor (que é a crônica que mais gosto na vida) que "eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive". E é isso que eu sou: uma Ana que é a soma de todas as histórias bonitas e tristes que já vivi. Ainda que essas histórias percam a importância com a sequência dos dias, meses e anos, eu sou muito grata à cada uma delas. Elas me lembram que estou viva, que sou humana, e que, como dizia Paulo Leminsk, "Amor é matéria-prima que o tempo se encarrega de transformar em raiva ou em rima".
Que os meus sempre se transformem em rima. É o que desejo.
"Agora que a raiva passou vim te dizer umas coisas que vão mexer muito com você, eu sei.
Primeiro que não acho que você é um merda, um idiota, "que nunca me amou" como estão dizendo agora. Pelo contrário, para você ter atraído uma mulher de valor e com tantas qualidades como eu, você só pode ser um homem de valor também.
Como namorado tem muitos defeitos: exagera na bebida, fidelidade não é seu forte, e apesar dos 30 anos que tem, é inconstante e influenciável demais. Em contrapartida, como homem você é de ouro: é honesto e generoso, seu irmão é seu fã, seus amigos te adoram e você tem os olhos verdes mais bonitos que já vi.
Desejo muito que você trilhe um caminho feliz, abençoado e sem grandes dores, porque o mesmo que sonho pra mim, sonho também pra você.
Não pense que eu não me importei quando você se foi, e não foi por orgulho nem por falta de amor que eu nunca mais te liguei. Eu te amei muito, tanto que preferi te ver ir embora à que você ficasse do meu lado infeliz.
Sou uma mulher rara de se encontrar por aí, muitos homens esperam a vida toda por alguém como eu, mas apesar de todas as minhas virtudes, eu tenho graves defeitos que um dia, cedo ou tarde, vão aparecer.
Eu tive afeto suficiente para tolerar muitos dos seus, você não pôde tolerar o maior dos meus: o ciúme.
Eu nunca quis te magoar, sei que te magoei e espero que você me perdoe por isso.
Agora, eu também preciso ir, pra abraçar o novo amor que me chega, porque amor é isso também, renovação.
E sim, mesmo que às vezes não parecesse, eu fui muito feliz ao seu lado.
E não, eu nunca vou me esquecer dos seus olhos."
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
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