quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Outra vez.

Esta carta está voltando pro blog porque aprendi com Vinícius de Moraes, no Para uma menina com uma flor (que é a crônica que mais gosto na vida) que "eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive". E é isso que eu sou: uma Ana que é a soma de todas as histórias bonitas e tristes que já vivi. Ainda que essas histórias percam a importância com a sequência dos dias, meses e anos, eu sou muito grata à cada uma delas. Elas me lembram que estou viva, que sou humana, e que, como dizia Paulo Leminsk, "Amor é matéria-prima que o tempo se encarrega de transformar em raiva ou em rima".
Que os meus sempre se transformem em rima. É o que desejo.


"Agora que a raiva passou vim te dizer umas coisas que vão mexer muito com você, eu sei.
Primeiro que não acho que você é um merda, um idiota, "que nunca me amou" como estão dizendo agora. Pelo contrário, para você ter atraído uma mulher de valor e com tantas qualidades como eu, você só pode ser um homem de valor também.
Como namorado tem muitos defeitos: exagera na bebida, fidelidade não é seu forte, e apesar dos 30 anos que tem, é inconstante e influenciável demais. Em contrapartida, como homem você é de ouro: é honesto e generoso, seu irmão é seu fã, seus amigos te adoram e você tem os olhos verdes mais bonitos que já vi.
Desejo muito que você trilhe um caminho feliz, abençoado e sem grandes dores, porque o mesmo que sonho pra mim, sonho também pra você.
Não pense que eu não me importei quando você se foi, e não foi por orgulho nem por falta de amor que eu nunca mais te liguei. Eu te amei muito, tanto que preferi te ver ir embora à que você ficasse do meu lado infeliz.
Sou uma mulher rara de se encontrar por aí, muitos homens esperam a vida toda por alguém como eu, mas apesar de todas as minhas virtudes, eu tenho graves defeitos que um dia, cedo ou tarde, vão aparecer.
Eu tive afeto suficiente para tolerar muitos dos seus, você não pôde tolerar o maior dos meus: o ciúme.
Eu nunca quis te magoar, sei que te magoei e espero que você me perdoe por isso.
Agora, eu também preciso ir, pra abraçar o novo amor que me chega, porque amor é isso também, renovação.
E sim, mesmo que às vezes não parecesse, eu fui muito feliz ao seu lado.
E não, eu nunca vou me esquecer dos seus olhos."

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O nada que me rouba tudo.

Queria me concentrar no trabalho mas estou com inveja do basset ruivo do conto de Clarice Lispector. Eu não consigo ser o basset que é forte e que segue sem olhar pra trás. Eu sempre sou a menina. A menina na calçada que não consegue desviar o olhar daquilo que julgou ser sua outra metade no mundo.
Preciso escrever quando me sinto assim vazia, quando não sei responder o que me falta e ao mesmo tempo murmuro sem parar que me falta tudo. Não é minha descrença em Deus repentina, não é a falta de grana, nem a rejeição amorosa. Na verdade agora, estou vazia porque não vejo sentido na busca por essas coisas. Quais meus planos pra dinheiro? Quais meus planos pra minha carreira? Quais meus planos pro meu relacionamento?
Acordei uma menina sem planos. Acordei vazia de esperança, e pode haver uma coisa mais dura que isso? Viver dias ausentes de esperanças?
É acordar com essa sede, essa secura e não achar remédio pra ela. Me irrita o fato de que agora eu não saiba responder o que exatamente estou esperando. Porque nem ao menos sei dizer se dentro do meu coração existe agora alguma espera. Estou como a menina ruiva do conto: sentada na calçada, amargando o incômodo do sol à pino e vendo uma parte de mim ir embora. Uma parte que admite me pertencer, mas que me julga demasiadamente fraca para querer ficar.

domingo, 27 de novembro de 2011

Dois ou tres almocos, uns silencios...

Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.

Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.

Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.

Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível". Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.

De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.

Era isso - aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.

Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

Caio Fernando Abreu

(Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", 22/04/1986)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

29/10/2011


Na verdade eu não vim dar parabéns. Vou aproveitar que é aniversário de vocês e dizer umas coisas que penso sempre e que não falo nunca.
Acho incrível olhar pra nós três e ver no que nos tornamos. Não porque individualmente nós sejamos algo muito bom, mas juntos nós somos uma coisa inexplicavelmente bonita: nós somos o fruto da história de amor dos nossos pais.
Nós três somos a prova de que uma família não precisa de dinheiro para ser construída. Nunca fomos à Disney. Nunca tivemos as Barbies mais caras, Bruna. E nem você Marcelo, teve os video-games de última geração. Mas já pararam pra pensar em como nós fomos felizes? Tivemos a graça de conviver tão próximos com nossos avós, brincamos tanto, banhos de rio, carreira de vaca, balanço no engenho, bolinho de barro, bola na rua, dezenas de primos, comida boa...
Hoje olho pra nós e me pergunto como aquele caminhoneiro e aquela cantineira de escola pública, que moravam num vilarejo de 1.000 habitantes, conseguiram criar três filhos assim: bonitos, saudáveis, bem-educados, cultos, inteligentes, dignos, honestos, cheios de princípios e bons valores.
Maior do que o cada um de nós é, bem maior é o que nós representamos juntos. Um dia, quando o pai e a mãe não estiverem mais aqui, nós seremos a lembrança viva dos grandes vitoriosos que eles foram. Nós seremos o produto de todos os esforços e sacríficios que eles fizeram, e só nós três, ninguém mais nesse mundo além de nós três, pode mensurar o tamanho deste sacríficio.
Não, nunca tivemos muito dinheiro, nossa vida continua simples, nossos pais continuam humildes, mas nunca, nunca mesmo, nos faltou amor. Tivemos tudo o que precisávamos, aliás, tivemos até mais, porque viemos a este mundo com o privilégio de ter os dois melhores exemplos de vida.
Eu fico orgulhosa de nós duas Bruna, porque descartamos todos os namorados que não valorizaram isso. Se um homem não gostar dos nossos pais, se não gostar da nossa casa, se não gostar de Tipiti, ele não serve pra nós. E eu sei Marcelo, que você fará o mesmo.
Eu sei que nada do que tivemos, temos ou teremos foi alcançado por um dos três apenas. Todas as conquistas, todas as celebrações, todos os méritos, vieram por conta daquilo que aprendemos e recebemos do pai e da mãe.
Podemos sim, os três, nos orgulhar e muito do que somos hoje, porque somos o resultado do trabalho deles.
Nada nem ninguém nos tirará isso.
Reconheço que não tenho feito o quanto posso, e que no meu grande desejo de sucesso profissional e conforto material tenho me afastado muito de vocês dois. Mas não é por desafeto. É que eu acho, talvez porque eu tenha sido a filha que deu mais trabalho (emocionalmente falando), que a grande obrigação material deve ser minha. Eu devo ser a responsável por uma vida financeira mais tranquila pra eles. Você Bruna, já tem o Felipe, e você Marcelo, é e sempre será o caçula.
Eu sei que eu fico por aqui, que eu quase não vou, que eu quase não ligo, que eu quase não digo, beijo e abraço pouco. Mas eu nunca, nunca vou deixar vocês. Eu faria qualquer coisa por vocês. Eu daria a minha vida por qualquer um de vocês. Eu amo vocês.
Feliz Aniversário.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

É cliche e parece cantada cafona mas voce acreditaria se eu dissesse que dessa vez é diferente? Eu prometo que com voce é diferente. Prometo que se voce deixar te faco o homem mais feliz do mundo e que, apesar dos meus fracassos amorosos consecutivos, vou acreditar que pode dar certo. Sempre fui arrogante e mesquinha, mas eu prometo nunca poupar todos os elogios que voce merece: que seus olhos sao lindos, que voce tem bom gosto, que admiro seu trabalho. Eu prometo cozinhar pra voce e nao me importar com as corridas e os chopps sempre que quiser. Prometo o melhor sexo, o melhor carinho depois e as mais lindas declaracoes antes. Eu garanto que pra te ver nunca vou reclamar dos atrasos nos voos nem das horas de onibus, e que mesmo cansada eu vou sorrir. Nunca me esquecerei de dizer o quanto estou feliz, receberei seus amigos como ninguém e nunca te deixarei me ver desarrumada. Prometo gostar da sua mae e compreender se ela nao gostar de mim. Prometo confiar e acreditar nos seus sentimentos, mesmo quando o bicho do ciúme morder. Serei menos impulsiva, menos autoritária e nossa trilha sonora será "depois de voce, os outros sao os outros e só". Por voce eu caso na praia, me mudo pra Brasilia, largo a advocacia se for preciso. Eu prometo. Mas se algum dia eu faltar com minha palavra, prometo te pedir desculpas e tentar consertar tudo. E se nao tiver conserto, prometo te deixar partir com toda a dignidade que uma mulher abandonada deve ter. Mas eu sei que voce nao vai, porque hoje quando nos despedimos, depois dos primeiros passos, eu olhei pra trás e voce estava olhando tambem. No seu rosto havia aquele sorriso que só quem está muito satisfeito com a vida tem, e no meu coracao um aviso que eu espero há muito tempo: "é ele".

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Porque é primavera.

Aconteceu assim: Ela odeia acordar cedo mas nesse dia, por conta de um bom humor repentino, resolveu pular antes da cama. Ele acordou cedo, e completou religiosamente a série de exercícios, como sempre. Por ter chegado alguns minutos antes, ela pegou um ônibus diferente e quando desceu, resolveu ir por outra rua. Ele fez o mesmo caminho de todos os dias mas, na primeira esquina, ela o fez desacelerar o passo. O passo dela continuou o mesmo, apesar de ter notado o passo dele. Não que passasse despercebido o homem bonito que ele era, mas naquele dia especialmente, amor não estava nos seus planos. Ainda mais às nove da manhã. Ele não era do tipo que paquerava moças na rua, aliás fazia tempo que não paquerava ninguém. Trinta e dois anos, inteligente, bem sucedido, o amor e ele andavam meio desencontrados. Quando ela o alcançou (e ele precisou inventar interesse numa vitrine para isso), exatamente quando estavam no mesmo ritmo, o semáfaro pediu que parassem para que a vida os colocasse lado a lado. Ela deu uma olhadinha disfarçada, afinal Susan Miller disse que em setembro as leoninas teriam uma ajuda de Marte nas conquistas, e um homem daqueles paquerando-a no meio da rua de manhã só poderia ser mesmo coisa de Marte. Ele não sabia bem o que dizer, mas sabia que se não dissesse agora poderia perdê-la na próxima esquina. Ele a olhava mas não dizia. Ela, muito malandra pra essas coisas de homem desconcertado e de excelente humor, resolveu ajudar. Você está procurando alguma coisa?. Ele teve vontade de dizer que estava e que acabara de encontrar. O sinal abriu, eles atravessaram juntos. O espaço de um quarteirão foi suficiente pra que dissessem muitas coisas e pra que ela notasse que ele tinha uns olhos castanhos lindos. Descobriram que trabalhavam em prédios vizinhos mas nunca se encontraram por conta da preguiça dela e da pontualidade dele. Que ambos passaram o último Carnaval no Rio e que iam ao mesmo bar todas as semanas mas em dias diferentes. Poderiam ter se conhecido muitos meses antes, mas foi assim, em um dia de sol e brisa leve, em que ela estava tranquila e ele se sentia ótimo, quando nenhum deles esperava. Ela, muito mística, achou incrível a astróloga acertar tanto, e alguma coisa vibrou dentro dela. Ele, muito seguro e paciente, pensou em avisá-la que seria, em breve, sua mulher, mas achou por bem pedir apenas seu telefone.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Conselhos

"- Comece deletando aquela carta do seu blog. Depois lembre-se que você tem só 23 anos, ainda vai sofrer muito por amor e não vale a pena sofrer tudo de uma vez."

terça-feira, 26 de abril de 2011

Costumes

Eu poderia dizer muitas coisas pra exorcizar a dor e a mágoa, mas deixo o Rei falar por mim:

"Não pensei
Que me fizessem falta
Umas poucas palavras
Dessas coisas simples
Que dizemos antes de dormir

De manhã
O bom dia na cama
A conversa informal
O beijo depois o café
O cigarro e o jornal

Os costumes me falam de coisas
De fatos antigos
Não me esqueço das tardes alegres
Com nossos amigos

Um final de programa
Fim de madrugada
O aconchego na cama
A luz apagada
Essas coisas
Só mesmo com o tempo
Se pode esquecer

E então eu me vejo sozinha como estou agora
E respiro toda a liberdade
Que alguém pode ter

De repente ser livre
Até me assusta
Me aceitar sem você
Certas vezes me custa
Como posso esquecer dos costumes
Se nem mesmo esqueci de você"

segunda-feira, 14 de março de 2011

A Volta.

Faz tempo que não visito esta casa. Na verdade só vim hoje porque o Windows Live me avisou que uma antiga casa vai ser derrubada caso eu não mude pra um tal de Wordprass. Bom não sei onde fica esse lugar então não vou pra lá. Mas acabou que li uns textos meus de 2007/2008 e me surpreendi em me ver aos 20 anos tão contente e melancólica ao mesmo tempo.
Também me surpreendi em saber que desde naquela época eu já esperava pelo homem que amo agora e que ele é exatamente como eu desejei que fosse.
Salvei todos os posts apesar de ser tudo razoável, mas esse em especial me deu um sopro bom no peito:

♪ Amor palavra que liberta já dizia o Profeta...

Liberta, desprende, avoa. Todos os anos no meio de Agosto eu tenho essa sensação de Amor. Mas de Amor assim, com o a maiúsculo. Amor sobrando, inundando, Amor correndo pela rua. Amor quando acordo de manhã, Amor no bom dia do vizinho frio e silencioso. Amor subindo na árvore, Amor atravessando a Avenida Minas Gerais...
Nesses dias, eu pulo da cama dizendo "Vem Amor, cola em mim, vamo pro escritório desfazer aquelas burocracias chatas, bora Amor pro banco pagar contas, passa comigo no mercado vamos levar caqui". E o Amor vai, bem seguro pela minha mão. Na primeira esquina ele já me lembra aquele fevereiro distante em que papai nos levou à praia e deixava que nós o enterrassemos na areia só pra fazer nossa alegria. Daí a pouco o Amor me cutuca pra sorrir pro moço do banco e agradecer um obrigado verdadeiro. E vamos eu e ele, "olha pro céu Ana: Azulzim!". Um passarinho passa por nós, " que sorte a nossa Amor!", "por que?", "caquis, céu azul, pessoas, sol, vida". O Amor sorri e me abraça mais apertado.
Todos anos me preparo pra essa visita do Amor, sei que ele ficará por uns dias apenas, depois aparecerá bem apressado pra me lembrar algumas coisas essenciais que perco na correria que é viver neste mundo. Mas ele vem, chega e não me decepciona. E deixa as lições de casa pra que eu me faça uma Ana melhor pros outros e pra mim mesma.

Agosto de 2007